Advogados suspeitos de intermediar comunicação entre membros de facção são presos no RN, diz PF
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Rio Grande do Norte (Ficco/RN), deflagrou nesta semana, nos dias 02 e 03, a Operação Malvaceae 2, com o objetivo de investigar a ação de advogados que se valiam de forma ilícita de suas prerrogativas funcionais para promover a comunicação entre integrantes de uma facção dentro e fora de presídios no estado. De acordo com a Polícia Federal, os recados eram recebidos e transmitidos nas unidades prisionais durante as visitas de atendimento jurídico.
A partir de representação policial, judicialmente deferida pela Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (UJUDOCRIM), foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão pessoal e domiciliar em desfavor de dois advogados indiciados por integrarem uma Organização Criminosa com atuação no RN.
A investigação revelou ainda que um dos causídicos também atuava diretamente na atividade de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas operado pelo grupo criminoso com atuação na Zona Norte de Natal identificado na primeira fase da Operação Malvaceae, deflagrada em 29 de fevereiro deste ano.
A Ficco/RN é composta pela Polícia Federal, Secretaria Nacional de Políticas Penais, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, para o enfrentamento ao crime organizado.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB-RN) se pronunciou sobre o caso em nota. “A OAB/RN zela pelas prerrogativas da advocacia e atua pelo seu cumprimento, mas não compactua com nenhum envolvimento em atividades ilegais de qualquer natureza, que vão contra o Código de Ética da Advocacia e a Constituição Federal. Reforça também a importância da não generalização de atos ilícitos, supostamente praticados por indivíduos que não representam a advocacia”, afirmou.
“A Ordem irá analisar os casos e instaurar processo ético-disciplinar para apurar a conduta. Já as questões de mérito serão feitas pela defesa constituída”, completou.
Fonte: Portal da Tropical