Política

“Grupo dos malucos”: relatório cita esquema de desinformação envolvendo membros da PF

A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após a eleição presidencial de 2022 mostrou que a organização criminosa por trás do plano “construiu e propagou a narrativa de vulnerabilidades e fraudes no sistema eletrônico de votação” desde 2019.

Os suspeitos usavam o modus operandi chamado de “milícia digital”, que produzia e difundia notícias falsas nas redes sociais. Eles não apenas sabiam que as informações não eram verdadeiras como também dominavam estratégias de envio em massa, ao passo que receber mensagens semelhantes de pessoas confiáveis era “muito mais persuasivo”.

Conversas no WhatsApp entre os agentes da PF Marcelo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues, em agosto de 2021, mostram como eram fabricadas as notícias falsas para um grupo que Bormevet chamava de “dos Malucos”.

“A difusão de informações falsas diretamente vinculadas a Ministros da Suprema Corte e de seus familiares era intencionalmente difundida no grupo nominado por MARCELO BORMEVET como ‘grupo dos malucos’ destacando a plena ciência dos interlocutores da desarrazoada desinformação produzida”, disse a PF.

O Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral é um dos seis, apontados pela PF, que articulavam o plano de golpe de estado.

Segundo o relatório, “todas as circunstâncias confirmam que os investigados tinham plena ciência de suas ações, em especial a produção de desinformação sem qualquer lastro com a realidade e com subsequente difusão de desinformação, seja por meio dos vetores de propagação cooptados, seja em grupos de rede social materializando os ataques”.

O documento também aponta que Jair Bolsonaro (PL), foi orientado por Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sobre como conduzir discursos que deslegitimam o processo eleitoral brasileiro.

A CNN tenta contato com os citados.

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Fonte: CNN Brasil

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