Piza reforça importância de Wallyson e conscientiza atacante a jogar mais perto do gol
A presença de Wallyson entre os titulares do ABC tem gerado debate nos últimos dias. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, Evaristo Piza voltou a comentar o assunto e destacou a entrega e os bons números apresentados pelo atacante de 36 anos nos treinamentos. O comandante alvinegro também frisou o trabalho de conscientização para que o “Mago” fique mais próximo do gol, fazendo o papel de centroavante.
Wallyson deve ser um dos jogadores com o maior poder de definição nosso ofensivamente. São 99 gols com a camisa do clube, jogador experiente. Se a gente pegar os números e ver o comportamento de treino do Wallyson, é até de você ficar abismado. Eu confesso que já tive jogadores experientes nos meus grupos que não batem os números que o Wallyson bate. Ontem (quarta-feira), a gente fez um trabalho de transferência de força pro campo, de potência, com saltos em caixotes ou nos cavaletes, e ele quer treinar. A gente quer poupar e ele quer treinar. Às vezes, em outros clubes, alguns jogadores (nessa idade) já não querem mais – relatou.
Piza apontou que Wallyson foi bem diante de CSA e Botafogo-PB, e que o “problema” é que o atacante tem voltado muito para buscar a bola, quando, na verdade, deveria ficar mais próximo da área.
Ele fica inquieto para querer pegar a bola, para poder ajudar. O que está sendo mais difícil para mim é conscientizá-lo. ‘Espera, fica 20 minutos sem pegar na bola, mas, na hora que você pegar, você vai fazer o gol. A gente vai ter que proporcionar essa situação para que ela chegue pra você, para você ter esse término’. Eu acredito que ele pode nos ajudar ali. Eu gostei dos dois jogos dele. Eu sei que existe essa cobrança do Wallyson, eu sei que é o ídolo, que a torcida às vezes fica impaciente. Uns entendem que ali ele não funciona, outros já acham que ali é o melhor posicionamento. Isso só vai mudar quando o gol sair – explicou.
O treinador reforçou que o centroavante, seja Wallyson, Danilo Mariotto ou Joãozinho, “depende muito do gol”, e que as hipóteses e a pressão externa só acabarão, de fato, quando a bola entrar e a vitória for sacramentada.
Piza ainda contou que jogar como centroavante pode ajudar Wallyson a prolongar mais a carreira.
É uma função que ele sabe exercer bem. Eu acho que se ele se conscientizar disso, ele vai produzir bastante, vai conseguir prolongar mais a carreira dele como Ciel, como o Marcelo Toscano, que eram jogadores que saíam mais, que eram de corredor ou meia, e hoje eles estão jogando mais perto do gol, usando a qualidade técnica – concluiu.